15 agosto 2008

É POSSÍVEL PERDER O QUE SE AMA SEM JAMAIS PERDER O AMOR

“e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR!” Jó 1:21

As grandes perdas sofridas por Jó relatadas no livro que leva o seu nome, são de conhecimento comum entre os cristãos, assim como os seus amigos se tornaram conhecidos pelas constantes insinuações de que ele havia pecado e estava sendo disciplinado por isso, além da atitude que sua esposa tomou de incentivá-lo a amaldiçoar o Senhor e a morrer no leito de sua terrível enfermidade.
Não importa o número de vezes que esta história seja lida ou contada. Ela sempre produzirá um grande impacto sobre aqueles que se dedicam a refletir acerca da profunda tristeza que toma conta de quantos sofrem suas perdas ao longo da vida.
Este livro, de um modo muito especial, sempre tem sido invocado em situações extremamente difíceis onde a razão não consegue encontrar sentido ou alguma explicação para as adversidades e toda espécie de males que nos vêm abater.
Indubitavelmente, estamos diante de uma firmeza de caráter, uma maturidade, um temor a Deus e, dentre outras coisas, um amor completamente inexprimíveis. Principalmente neste nosso contexto onde poucas coisas nos bastam para fazer descair o nosso semblante e procurar motivos que justifiquem o nosso sofrimento.
É preciso aprender a lidar com as nossas perdas, com a mesma nobreza que se constata no livro de Jó. É preciso lembrar que, como está escrito, nada trouxemos para o mundo e nada levaremos dele, sempre nos esforçando para dizer, com profundo temor: “o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor.”
Obviamente não se pode requerer tal manifestação de amor quando o coração está posto nos valores conquistados ao longo de nossa existência, inclusive no que diz respeito às pessoas que Deus colocou em nossa vida na qualidade de amigos e entes queridos, ligados pelo mesmo sangue.
Esse foi o caso de Jó. De tudo quanto lhe foi tomado, a morte de seus filhos e filhas ocupam um lugar de destaque. Periodicamente, intercedia por eles e sacrificava na intenção de alcançar perdão caso houvessem ofendido a Deus. Nisto se percebe uma clara demonstração de amor dedicado aos filhos e a Deus mesmo. Ainda assim é preciso notar que, ao perder as pessoas que amava, ele não blasfemou contra Deus. O amor permanecia intacto, profundamente arraigado em seu coração e lhe fornecendo suporte para seguir em frente, submisso à vontade e à direção do Senhor.
Que sejamos ajudados na busca por este caráter capaz de nos fazer verdadeiros depositários do amor incondicional, o qual, permanecerá para sempre.

Rev. Marcos Martins Dias

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