“:... deixaram a minha lei, que pus perante eles, e não deram ouvidos ao que eu disse, nem andaram nela.” Jr. 9:13
Uma leitura descontextualizada deste versículo pode dar a entender que estamos nos referindo a homens que não se prestam a ouvir os homens; entretanto, trata-se de uma queixa feita por Deus mesmo, através do profeta Jeremias, em relação à dureza do coração humano e a sua dificuldade em admitir o erro e se prostrar em arrependimento.
A princípio, creio que isto deveria nos causar algum espanto; afinal, como admitir a possibilidade de, embora sendo imagem e semelhança do Criador, contemplamos homens de todo o mundo e de todas as épocas se negando a Lhe dar ouvidos? Não foi esta a primeira e nem a última vez em que a voz de Deus foi posta em xeque e confrontada com a voz dos homens e com a do próprio inimigo.
A natureza pecaminosa do coração humano prejudicou-lhe a sensibilidade auditiva, de tal modo que mesmo a Soberana voz de Deus por vezes é confundida com um amontoado de ruídos desconexos e, pior que isto, por vezes recebida de um modo deturpado, de conteúdo totalmente contrário ao que Ele Se propõe a dizer.
É... Deus tem lidado com este lamentável estado humano desde que há mundo. Depois dEle, todos os que se prestam a falar, legitimamente, em Seu nome tornam-se alvos deste mesmo comportamento repulsivo, típico de quem definitivamente não quer ouvir o que precisa a fim de atender e se adequar à voz daquele que fala.
Numa escala incomparavelmente menor, creio que todos nós já experimentamos um pouco disto. Não conheço alguém que, em algum momento de sua vida, tenha alegado ser totalmente ouvido e compreendido. Os fatos dispensam argumentos.
Partindo deste pressuposto, lembrando que o Senhor Deus, na Pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sempre foram alvos desta intransigência, como poderíamos nós almejar um tratamento superior? Além disto, quantas vezes nós mesmos, em um sentido figurado, nos comportamos daquele modo quando, além de tapar os ouvidos, ainda nos pomos a cantarolar, a emitir sons desconexos, desviar a atenção, o olhar etc? Suponho que, em havendo exceção, será preciso algum esforço para enumera-las.
Ora, se nós mesmos tropeçamos na infeliz armadilha de não compreendermos a Deus e aos homens, como insistiremos para que os outros nos compreendam? E, com que direito nos entregamos à melancolia, a alguma espécie de tristeza profunda porque não somos compreendidos?
O simples fato de sabermos que Deus tem lidado com esta atitude insana ao longo da história, deveria nos fazer reconhecer que enfrentar a incompreensão é uma arte. Uma atitude nobre, cujos resultados não nos causam maior dano do que naqueles que se negam a dar ouvidos à verdade. Por isso mesmo, é preciso ser maduro o suficiente para assumir quando estamos realmente compreendendo o que nos é dito, por instrução, advertência ou outro meio qualquer, do mesmo modo como, sem qualquer dificuldade, não hesitamos em admitir que, muitas vezes, não somos compreendidos.
Que Deus nos ajude a aprender mais esta grande, necessária e importante lição.
Rev. Marcos Martins Dias
Uma leitura descontextualizada deste versículo pode dar a entender que estamos nos referindo a homens que não se prestam a ouvir os homens; entretanto, trata-se de uma queixa feita por Deus mesmo, através do profeta Jeremias, em relação à dureza do coração humano e a sua dificuldade em admitir o erro e se prostrar em arrependimento.
A princípio, creio que isto deveria nos causar algum espanto; afinal, como admitir a possibilidade de, embora sendo imagem e semelhança do Criador, contemplamos homens de todo o mundo e de todas as épocas se negando a Lhe dar ouvidos? Não foi esta a primeira e nem a última vez em que a voz de Deus foi posta em xeque e confrontada com a voz dos homens e com a do próprio inimigo.
A natureza pecaminosa do coração humano prejudicou-lhe a sensibilidade auditiva, de tal modo que mesmo a Soberana voz de Deus por vezes é confundida com um amontoado de ruídos desconexos e, pior que isto, por vezes recebida de um modo deturpado, de conteúdo totalmente contrário ao que Ele Se propõe a dizer.
É... Deus tem lidado com este lamentável estado humano desde que há mundo. Depois dEle, todos os que se prestam a falar, legitimamente, em Seu nome tornam-se alvos deste mesmo comportamento repulsivo, típico de quem definitivamente não quer ouvir o que precisa a fim de atender e se adequar à voz daquele que fala.
Numa escala incomparavelmente menor, creio que todos nós já experimentamos um pouco disto. Não conheço alguém que, em algum momento de sua vida, tenha alegado ser totalmente ouvido e compreendido. Os fatos dispensam argumentos.
Partindo deste pressuposto, lembrando que o Senhor Deus, na Pessoa do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sempre foram alvos desta intransigência, como poderíamos nós almejar um tratamento superior? Além disto, quantas vezes nós mesmos, em um sentido figurado, nos comportamos daquele modo quando, além de tapar os ouvidos, ainda nos pomos a cantarolar, a emitir sons desconexos, desviar a atenção, o olhar etc? Suponho que, em havendo exceção, será preciso algum esforço para enumera-las.
Ora, se nós mesmos tropeçamos na infeliz armadilha de não compreendermos a Deus e aos homens, como insistiremos para que os outros nos compreendam? E, com que direito nos entregamos à melancolia, a alguma espécie de tristeza profunda porque não somos compreendidos?
O simples fato de sabermos que Deus tem lidado com esta atitude insana ao longo da história, deveria nos fazer reconhecer que enfrentar a incompreensão é uma arte. Uma atitude nobre, cujos resultados não nos causam maior dano do que naqueles que se negam a dar ouvidos à verdade. Por isso mesmo, é preciso ser maduro o suficiente para assumir quando estamos realmente compreendendo o que nos é dito, por instrução, advertência ou outro meio qualquer, do mesmo modo como, sem qualquer dificuldade, não hesitamos em admitir que, muitas vezes, não somos compreendidos.
Que Deus nos ajude a aprender mais esta grande, necessária e importante lição.
Rev. Marcos Martins Dias
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