01 agosto 2007

DEUS PODE ESTAR ME DEVENDO

“porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Rm. 6:23

Em nossa era pós-moderna, temos verificado uma variedade de comportamentos cristãos desprovidos de qualquer fundamento bíblico e, por vezes, sem sentido e até agressivos a princípios claramente estabelecidos nas Escrituras.
Dentre estas “aberrações” verifica-se a prática de “determinar” que Deus faça isto ou aquilo como se Ele nos devesse alguma coisa. Ao contrário do que está posto pelo apóstolo Paulo que, ao empregar o vocábulo “salário”, esta sendo enfático em relação ao que todos merecemos receber de Deus por nossa condição de pecadores. E, sendo assim, se há algo que eu “poderia” requerer em tom de obrigação de Deus para comigo, seria tão somente a condenação, uma vez que é o que mereço e, se preferir, pode colocar em condição de dívida herdada em Adão.
Além do mais, não basta dizer que Deus é Senhor quando meu comportamento não se compatibiliza com o que isto quer dizer. Sendo Ele Senhor e eu o servo, se há alguma dívida, certamente diz respeito a mim e não a Deus. Eu sou o devedor e Ele é o merecedor. Jamais se deve confundir o “dom gratuito” com algum tipo de obrigação. Dom gratuito é “favor”, é “graça” e, sendo assim, a dívida é paga com um único salário: “a morte”; por outro lado, a vida eterna é um favor adquirido em Jesus Cristo que pagou em lugar de quem jamais poderia quitar e reverter o quadro de devedor para merecedor.
Isto é posto de um modo bem simples quando Jesus emprega a parábola do “servo inútil”. Ao final de Sua dissertação fica claro que, por mais que o servo tenha feito, ele sempre se considera alguém “a quem nada se deve” posto que fez apenas o que devia fazer.
Diante desta perspectiva, conclamo os incautos, irreverentes e presunçosos a que revejam a terrível postura de impor sua vontade a Deus, determinando-Lhe que faça isto ou aquilo. Não o digo por minha causa. Estou consciente de que nada mereço e que é meu prazer prostrar-me de joelhos, inclinando-me aos pés do Senhor, sempre à Sua disposição para cumprir a Sua vontade. Minha exortação visa o próprio bem de quantos, equivocadamente, ainda não aprenderam a se colocar na sua condição de servos e, resignadamente, se entregarem confiadamente à boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Que o Senhor nos abra o entendimento para saber quem somos, o quanto devemos e nos ajude a compreender definitivamente que Ele não nos deve absolutamente nada. Suas bênçãos, que têm como ponto de partida a eterna salvação, resultam exclusivamente da obra realizada por Cristo na cruz a Quem precisamos atribuir todo mérito dos favores que Deus nos presta continua e diariamente. Somente assim seremos legitimamente gratos e sempre dispostos a cumprir alegre e espontaneamente a Sua vontade.

Rev. Marcos Martins Dias

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