17 agosto 2007

COMUNHÃO

É PRECISO CONCORDAR

“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” 1 Co. 1.10

Um dos grandes desafios da igreja hodierna é encontrar pontos comuns, os quais produzem a comunhão prescrita na Palavra de Deus a ser observada por todos os cristãos.
Sem a intenção de abrir um leque que não poderia ser solucionado neste pequeno arrazoado, prefiro concentrar minha atenção no relacionamento que envolve pessoas que compõem uma mesma Igreja local.
Desde que o pecado entrou no mundo, a simples tarefa de andar de acordo uns com os outros desenvolvendo uma comunhão contínua, se tornou um trabalho desafiador. Tão desafiador que não é incomum saber de alguns que têm dificuldades de relacionamentos com outros, mesmo congregando num mesmo lugar, se dirigindo ao mesmo Deus, Lhe oferecendo adoração e louvor, entregando suas contribuições e, com maior ênfase, se assentando “à mesa” para participar da Ceia do Senhor.
Estamos diante de algo comum, porém anômalo. Uma situação que, embora seja facilmente verificada no trato de muitos que professam a fé cristã, jamais deve ser considerada como algo normal, posto que contraria todos os princípios de comunhão estabelecidos na Palavra de Deus. Com isto, não estou advogando em favor da chamada “política da boa vizinhança”, a qual é mantida a qualquer custo. Refiro-me a preservar a comunhão mesmo quando determinados pontos de vista se divergem em questões que não ferem as Escrituras, mas dizem respeito apenas a posicionamentos de cunho pessoal, relacionados a elementos que são transformados em verdadeiros “cavalos de batalha”, levando inclusive pessoas consideradas sérias a romperem seus relacionamentos e a terem extrema dificuldade até para, simplesmente, cumprimentar aquele que se assenta em um dos bancos de uma mesma Igreja.
A questão é muito mais séria do que podemos imaginar. Note que, além do texto em epígrafe, encontramos muitas outras observações na Escritura voltadas para a comunhão entre irmãos. Paulo, por exemplo, aponta duas situações: 1. Em Filipenses 2.2, ele diz: “completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento.; e 2. Faz uma séria exortação a duas irmãs de Filipos que, embora muito úteis no serviço cristão, estavam vivendo algum tipo de desentendimento, a ponto de receberem a seguinte exortação: “Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor.” Fp. 4.2.
Não é preciso apelar para qualquer argumentação no sentido de apontar a necessidade urgente de reverter este tipo de problema. Basta lembrar que duas pessoas que estejam em desacordo estão impedias de prestarem culto ao Senhor, além de se exporem a uma situação muitíssimo complicada, colocando em xeque, qualquer possibilidade de entrarem, juntas, no Reino de Deus (Mt. 5.23-26). Estes motivos já deveriam ser suficientes para fazer com que os discordantes procurem, com urgência, andar de acordo, viver em comunhão, vencer suas diferenças e preservar a paz, a harmonia e a unidade da fé. No entanto, se preferirem pôr este assunto de lado, fiquem à vontade; mas, é bom lembrar da inutilidade do culto que se presta e o inevitável questionamento da legitimidade de sua fé, amor, humildade, mansidão, disposição para perdoar, para ser perdoado etc. Virtudes estas, fundamentais para nos acompanharem em nossa entrada no Lar Eterno.
Convido cada um a pensar seriamente a respeito e a tomar, urgentemente, as providências necessárias para que todos possamos confirmar que, de fato, temos parte no Corpo de Cristo e que, definitivamente, não estamos nos iludindo pensando que somos salvos quando, na verdade, podemos estar, definitivamente, perdidos.
Rev. Marcos Martins Dias

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