06 novembro 2006

DISCERNIMENTO

“Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;” Ap. 2:2
Estes elogios foram direcionados para a Igreja de Éfeso na ocasião em que João se encontrava exilado na Ilha de Patmos.
Observe que ela é louvada por ser perseverante, por não suportar homens maus e por colocar à prova os falsos apóstolos, qualificando-os como mentirosos.
Em detrimento desta mesma Igreja haver sofrido uma censura relativa ao fato de haver abandonado o primeiro amor, suas qualidades ganharam maior destaque, os quais servem de modelo para as igrejas de todas as épocas e do mundo inteiro.
Ao contemplar o perfil da igreja contemporânea, é inevitável constatar que há grandes diferenças entre ela e a Igreja que estava em Éfeso. No lugar da perseverança, não é incomum presenciar crentes se sucumbindo na fé quando precisam enfrentar problemas. Tampouco se pode dizer que temos sido intrépidos o suficiente para não suportar pessoas que, por suas atitudes, se enquadram no mesmo perfil daqueles que aqui são chamados de homens maus; e, por fim, não é, nem de longe, ousado dizer que tem faltado coragem para rejeitar, não somente os ensinamentos heréticos que se propalam em nosso meio, como também rejeitar os próprios mentirosos que insistem em disseminar suas heresias na igreja moderna.
Certamente esta falta de firmeza tem sido, freqüentemente, a causa de tanta confusão entre cristãos. A longanimidade, a tolerância, a paciência e outros similares têm aberto espaço para que contemplemos um povo com grande dificuldade para perseverar em meio à tribulação, sem condições para discernir entre o bem e o mal e, além de outras coisas, a autoridade para apontar os heréticos e suas heresias, assim como os verdadeiros estragos que eles têm causado à Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Precisamos fazer uma análise de duplo sentido, ou seja, avaliar a nós mesmos e também àqueles que adquirem proeminência em nosso meio por sua eloqüência, poder de persuasão e que, para nada mais servem a não ser enganar os ouvintes, desviando seus olhos do caminho apertado e da porta estreita, ao mesmo tempo em que transmitem a falsa idéia de que o caminho espaçoso e a porta larga são um conforto do qual todo crente deve desfrutar na qualidade de filho de Deus.
Urge o tempo em que devemos nos despertar para esta triste realidade e tomar as providências necessárias antes que seja tarde e sejamos alvo da censura e reprovação de Deus; por isso, rogo ao Senhor que nos ajude a agir com sabedoria e intrepidez a fim de prosseguirmos em nossa jornada com perseverança modelar e autoridade suficiente para identificar e reprovar os homens maus e heréticos que ainda se acham entre nós.
Rev. Marcos Martins Dias

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