03 dezembro 2009

A FÔRMA DA PERDIÇÃO

“E não vos conformeis com este século,...” Rm. 12. 2

É muito provável que este texto seja parte dos mais conhecidos da Escritura, particularmente por causa do versículo que o antecede, onde Paulo fala sobre o “culto racional”, invocado muitas vezes para tratar de múltiplas questões litúrgicas praticadas nas igrejas, as quais precisam estar alinhadas aos preceitos claramente estabelecidos por Deus sobre o culto.

Embora eu creia que o texto esteja tratando de algo bem mais abrangente, concordo que há algum grau de eficácia na interpretação básica e que se volta para certos desvios cúlticos caracterizados pela ausência do bom senso, pela presença de atitudes entusiásticas, mormente ligadas ao estado emocional, psicológico do “adorador” bem como de todo o clima que se forja na intenção de promover um “ambiente” favorável para uma sobeja “manifestação do Espírito”.

De acordo com os versículos iniciais do capítulo doze de Romanos, somos instruídos a oferecermos definitivamente, todo o nosso ser como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus e, assim, estaremos prestando o culto agradável a Ele.

Na sequência, somos responsabilizados a rejeitar todo tipo de acomodação ao presente século, uma vez que nossa natureza pecaminosa tem todos os traços daquele estado decaído herdado de nossos primeiros pais, levando-nos a desejar o que é mais fácil de se fazer, desprovido de qualquer esforço, que afaga o ego, que se encaixa muito bem na fôrma do presente século e caso esta velha natureza não encontre qualquer resistência em nós mesmos, o resultado óbvio é o estado de perdição e condenação em que são levados todos os que, “confortavelmente” avançam sob a ira e consequente reprovação de Deus.

Por isso mesmo, o apóstolo Paulo apresenta a única alternativa capaz de reverter este quadro desolador, ordenando que envidemos os esforços necessários para experimentar o processo de transformação resultante da divina presença em nós.
O que se requer está em perfeita harmonia com aquela metamorfose que faz da lagarta, uma linda borboleta. É abandonar a terrível imagem do homem decaído juntamente com suas práticas abomináveis e abraçar, continuamente as qualidades de Cristo, o padrão estabelecido para ser alcançado por nós.

É necessário, portanto, estar seguro de que Deus já fez a Sua parte, implantando no coração a rica semente que possibilita esse processo extraordinário. Isto considerado, nada mais resta a não ser abandonar dia a dia os moldes propostos pelo mundo e lutar inexoravelmente contra tudo que se levanta para impedir o avanço da nova natureza, ainda que em algum momento ou circunstância, tenhamos alguma sensação de desconforto decorrente da remodelação pela qual todos precisamos passar a fim de atingir a estatura de varão perfeito.

Que Deus nos ajude neste trabalho árduo mas, indescritivelmente magnífico.

Rev. Marcos Martins Dias

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