23 outubro 2008

QUERO. MAS, NÃO AGORA.

“Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” Fp. 1:23


Pode parecer que não mas, além dos muitos problemas que a igreja vem enfrentando relacionados à evangelização, há também um fator interessante a se considerar, analisando o modo como manifestamos nossa convicção acerca da salvação.
Há muitos modos de se fazer isto. Pode-se dizer que o céu é um lugar maravilhoso, não pode ser comparado a nada jamais visto, é um lugar onde não há dor, sofrimento, tristeza, luto e que, dentre tantas outras coisas, é onde haverá paz por toda a eternidade, haverá uma indescritível alegria, a igreja estará para sempre diante do Senhor Jesus Cristo, livre de toda a maldade experimentada no mundo.
É igualmente interessante que muitos propagadores desta verdade, nem sempre param para avaliar os efeitos que estas convicções exercem sobre nós e influencia o trabalho de levar tantos outros a enxergarem as mesmas maravilhas que propagamos.
Para o apóstolo Paulo isto não foi problema. Observe que ele conduz o leitor a compreender o difícil dilema existente em sua alma, ou seja, escolher entre permanecer no mundo ou estar com Cristo. Isto está posto nas seguintes palavras: “Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher.” (vs. 22).
Obviamente ele sabia que não tinha controle sobre a morte. O que está em questão é a sua sólida convicção de que “estar com Cristo” é uma realidade incomparavelmente superior a permanecer no mundo, o que ele define como “viver na carne”. Além disto, ele aponta o motivo de sua preocupação ao afirmar que sua luta resulta da consciência de que sua vida produzia fruto para o seu trabalho. E não há qualquer necessidade de definir a que tipo de trabalho e fruto ele se refere. Mesmo assim é bom lembrar que seus olhos estavam voltados para o grandioso ministério que Deus lhe confiou, aquele da reconciliação.
Agora, paremos e olhemos para nós. Se existe algum dilema envolvendo esta mesma questão, há que se concordar que não tem sido algo comum. E, em decorrência disto, além dos problemas detectados em relação àqueles cuja convicção relativa à vida eterna se enfraquece diante da vida terrena e os planos que a acompanham, da mesma forma não conseguem convencer aos outros de que estar com Cristo é incomparavelmente melhor a tudo de bom que pode ser experimentado nesta vida. Este é um modo inconsciente de dizer: “quero estar com Cristo mas, não agora”.
Enquanto isto, a igreja perde espaço para os que abraçam aquele velho adágio: “mais vale um pássaro na mão do que dois voando” ou ainda, dá ocasião para que se levantem questões como: “Se o céu é tão bom, por que há muitos que não querem ir imediatamente para lá?”. Assim, muitos vivem anunciando, de um modo comportamental, inseguramente o que por si mesmo é absolutamente certo, seguro e real.
Você pretende estar com Cristo? Gostaria de ser chamado agora mesmo? Trabalhe para que sua resposta seja sempre positiva para estas questões.

Rev. Marcos Martins Dias

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