11 abril 2008

O ENTENDIMENTO DO BOI

“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.” Is. 1:3

As muitas promessas contidas na Escritura e os textos que são utilizados para encorajamento e fortalecimento são tantos que não seria de estranhar que afirmações como esta, feita pelo profeta Isaías, não consigam encontrar lugar para destaque, principalmente porque não representam algum tipo de afago para o coração humano; antes, coloca-o em posição de desvantagem perante o boi e o jumento, em questões de “conhecimento, entendimento, obediência’.
Este grande profeta é conhecido por sua coragem em abraçar um ministério, cujos resultados lhe foram previamente anunciados, os quais não foram nada encorajadores. Isto se observa na ocasião do seu chamamento quando ele foi advertido da seguinte maneira: “Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais.” 6:9.
Em circunstâncias assim, fica evidente o motivo da comparação, onde o animal que, por natureza é irracional, é posto em situação de vantagem em relação ao Povo de Israel o qual, por sua vez, não demonstrou qualquer disposição para dar ouvidos à palavra do profeta, à palavra de Deus.
Poder-se-ia ter a impressão de que foi ali que surgiu o velho adágio popular onde se afirma que “é mais fácil conduzir uma boiada” – isto se diz quando se faz menção da obediência e sujeição humanas à palavra de Deus.
De qualquer modo, embora os tempos nos distanciem da época em que o texto foi escrito, esta realidade permanece atual como nos dias do profeta. Ainda continuamos encontrando mais facilidade para conduzir o boi e o jumento do que em levar muitos “pensadores” à conclusão de que há diversas situações onde o que se requer se resume simplesmente em “obediência”.
Certamente não é nada confortável ser posto em um nível inferior ao dos animais; entretanto, estas palavras não foram ditas por homem. Esta é a clara e simples avaliação que Deus fez sobre o Seu Povo diante da resistência em dar ouvidos à Sua voz e a acatar os Seus preceitos.
Consideremos o nosso comportamento em relação à vontade de Deus e vivamos de tal maneira que o boi e o jumento permaneçam na condição em que foram criados, ocupando um lugar inferior e de desvantagem perante nossa atitude de contínua sujeição e obediência aos desígnios do Senhor.

Rev. Marcos Martins Dias

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