20 março 2008

MORTE DE CRUZ

“a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” Fp. 2:8

Acredito que todos nós já passamos por algum tipo de humilhação ao longo de nossa vida. Não que o tenhamos planejado, mas por mais indesejável que seja ter a própria honra exposta, sofrer o sarcasmo daqueles que nos querem ver acabados, sendo apanhados repentinamente por situações extremamente vexatórias, é inevitável passar toda a vida sem saber o que isto significa. Até porque, há situações que, consciente ou inconscientemente, são provocadas por nós mesmos, na media que tomamos atitudes que nos lançam a um estado de humilhação e vergonha perante os outros.
A lembrança deste fato tão indesejável objetiva mostrar quem somos e o estado a que podemos chegar. Visa nos auxiliar a ter uma vaga idéia do que Paulo pretende mostrar ao mencionar a intensa humilhação a que Jesus Se submeteu, suportando todo o flagelo que Lhe foi imposto até a morte.
Não foi uma espada, o confinamento a uma prisão, o apedrejamento ou outra sentença qualquer que, comparada à cruz, minimizaria a humilhação a que estamos nos referindo.
A morte de cruz não representava apenas humilhação e vergonha, mas caracterizava a condição de maldito perante Deus, conforme se lê em Dt. 21. 23: “o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus...”.
Por isso, não é sem razão que acrescenta-se à sentença de morte, a expressão “morte de cruz” no sentido de apontar o extremo da ignomínia sofrida por Jesus, o nosso Cordeiro Pascal.
Hoje comemoramos a Páscoa e seria totalmente injusto deixar que estas lembranças passassem despercebidas, principalmente por considerar que se somos verdadeiramente felizes é porque “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e por suas feridas fomos curados” Is. 53. 5.
Celebremos a Páscoa com reverência, espírito resignado, inteira devoção, irrestrita obediência, verdadeira adoração e legítima gratidão, lembrando que fomos comprados “pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula,” 1 Pd. 1:19, por misericórdia somente.

Rev. Marcos Martins Dias

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