“Na minha primeira defesa, ninguém foi a meu favor; antes, todos me abandonaram. Que isto não lhes seja posto em conta!” I Tm. 4. 16
Estamos diante de uma situação vivida pelo apóstolo Paulo, nem sempre, muito explorada por expositores da Escritura. Fala-se muito sobre sua conversão, suas viagens missionárias, seus sofrimentos ocorridos ao longo do seu ministério, inclusive suas prisões, mas não com um enfoque especial nesta etapa de sua vida.
É sabido que Paulo vinha de um processo muito desgastante em busca de um julgamento justo perante César, o Imperador de Roma; entretanto, apesar de fazer sua própria defesa, o fato de o vermos encarcerado novamente é uma prova de que seus intentos quanto à sua absolvição não haviam sido alcançados.
É certo que a expressão “todos me abandonaram” tem uma força que surpreende os conhecedores de quantos o apoiaram ao longo de sua carreira; entretanto, a ênfase recai sobre um período que envolve a fase final de sua vida e que, por motivos especulativos, não há outra conclusão a se chegar a não ser a que encontramos no texto. Não é preciso buscar motivos, porque alguns estão enumerados aqui mesmo; outros, entretanto, devem estar relacionados a fatores como o despreparo de seus seguidores, à fraqueza de caráter e, dentre outras coisas, à própria adequação a uma situação que, mesmo que cause forte impressão, susto e preocupação no início, com o tempo, vão cedendo lugar para uma acomodação tal que, mesmo os sofrimentos relacionados à prisão podem ser vistos como mais uma triste experiência ministerial.
O que temos aqui, independente da precisão das informações que precedem esta situação, é a realidade de que o grande apóstolo Paulo encontrava-se na prisão com claras demonstrações de “sentimento de abandono”, com uma fé inabalável e lembrando que, Deus era sua companhia inseparável, ao passo que muitos irmãos seguiram seus próprios caminhos, levando-o a fazer esta declaração que evidencia um raro sentimento de solidão durante as fases mais complicadas de sua vida.
Não tenho dúvidas que há muito para ser explorado no texto; entretanto, minha intenção é levar cada uma a pensar na proporção em que temos feito de forma parecida, deixando de acompanhar homens e mulheres que prestaram e ainda prestam relevantes serviços ao Reino de Deus e que, por outro lado, de algum modo, encontram-se “abandonados” por muitos de nós. Pior que isto, é notar que é mais comum ainda concentrar a atenção em nós mesmos e nos qualificarmos como vítimas da solidão, esquecendo-se que mesmo quando ela se manifesta como um silêncio a ecoar dentro de um coração sempre favorecido pela companhia de inúmeras pessoas, sua expressão maior continua sendo o cárcere, o hospital, o asilo, as calçadas, os centros de reabilitação, dentre outros locais que muitos pés de vários expoentes das Escrituras ainda não conheceram ou não têm o hábito de prestar assistência a pessoas em situações assim.
Termino apenas perguntando se, após uma séria reflexão sobre este assunto, a que tipo de conclusão seríamos levados a chegar? Estamos sozinhos ou temos deixado muitos irmãos nossos, dentre outras pessoas na condição de “abandonadas” por nós?
Rev. Marcos Martins Dias
Estamos diante de uma situação vivida pelo apóstolo Paulo, nem sempre, muito explorada por expositores da Escritura. Fala-se muito sobre sua conversão, suas viagens missionárias, seus sofrimentos ocorridos ao longo do seu ministério, inclusive suas prisões, mas não com um enfoque especial nesta etapa de sua vida.
É sabido que Paulo vinha de um processo muito desgastante em busca de um julgamento justo perante César, o Imperador de Roma; entretanto, apesar de fazer sua própria defesa, o fato de o vermos encarcerado novamente é uma prova de que seus intentos quanto à sua absolvição não haviam sido alcançados.
É certo que a expressão “todos me abandonaram” tem uma força que surpreende os conhecedores de quantos o apoiaram ao longo de sua carreira; entretanto, a ênfase recai sobre um período que envolve a fase final de sua vida e que, por motivos especulativos, não há outra conclusão a se chegar a não ser a que encontramos no texto. Não é preciso buscar motivos, porque alguns estão enumerados aqui mesmo; outros, entretanto, devem estar relacionados a fatores como o despreparo de seus seguidores, à fraqueza de caráter e, dentre outras coisas, à própria adequação a uma situação que, mesmo que cause forte impressão, susto e preocupação no início, com o tempo, vão cedendo lugar para uma acomodação tal que, mesmo os sofrimentos relacionados à prisão podem ser vistos como mais uma triste experiência ministerial.
O que temos aqui, independente da precisão das informações que precedem esta situação, é a realidade de que o grande apóstolo Paulo encontrava-se na prisão com claras demonstrações de “sentimento de abandono”, com uma fé inabalável e lembrando que, Deus era sua companhia inseparável, ao passo que muitos irmãos seguiram seus próprios caminhos, levando-o a fazer esta declaração que evidencia um raro sentimento de solidão durante as fases mais complicadas de sua vida.
Não tenho dúvidas que há muito para ser explorado no texto; entretanto, minha intenção é levar cada uma a pensar na proporção em que temos feito de forma parecida, deixando de acompanhar homens e mulheres que prestaram e ainda prestam relevantes serviços ao Reino de Deus e que, por outro lado, de algum modo, encontram-se “abandonados” por muitos de nós. Pior que isto, é notar que é mais comum ainda concentrar a atenção em nós mesmos e nos qualificarmos como vítimas da solidão, esquecendo-se que mesmo quando ela se manifesta como um silêncio a ecoar dentro de um coração sempre favorecido pela companhia de inúmeras pessoas, sua expressão maior continua sendo o cárcere, o hospital, o asilo, as calçadas, os centros de reabilitação, dentre outros locais que muitos pés de vários expoentes das Escrituras ainda não conheceram ou não têm o hábito de prestar assistência a pessoas em situações assim.
Termino apenas perguntando se, após uma séria reflexão sobre este assunto, a que tipo de conclusão seríamos levados a chegar? Estamos sozinhos ou temos deixado muitos irmãos nossos, dentre outras pessoas na condição de “abandonadas” por nós?
Rev. Marcos Martins Dias
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