29 junho 2007

FÉRIAS DE JULHO - APROVEITE A VIDA

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus.” Ef. 5.16 e 16

O mês de julho traz oportunidades esperadas desde as férias de final de ano. E, em detrimento de quaisquer que sejam as dificuldades vividas no momento, é muito comum reservar um bom tempo pra sair da rotina e aliviar a cabeça.
Isso é ótimo porque ao final de um merecido descanso, é bom estar pronto para a retomada dos muitos afazeres que nos ocupam o ano inteiro, à exceção dos “poucos” feriados e dos meses de férias que desfrutamos para nos recompormos e conseguirmos permanecer de pé diante dos desafios diários que enfrentamos.
É certo que decidir sobre o que fazer nestas épocas não é uma tarefa difícil pra muita gente; entretanto, em qualquer circunstância, nada melhor do que recorrer à Escritura pra termos a certeza de que o que quer que pretendamos realizar ou já estejamos fazendo, sejam úteis para hoje e para o futuro.
Olhando por este prisma, invocamos as sábias palavras do apóstolo Paulo, o qual, munido de grande bagagem sobre o significado de aproveitar a vida, encaminha este importante conselho à Igreja de Éfeso, depois de fazer uma profunda abordagem sobre o perfil daquele que é nascido de novo, contrapondo sua vida e atitudes às do velho homem, o qual, ao mesmo tempo em que confunde liberdade com o viver sem regras e sem limites, nada mais é do que um escravo de sua própria vontade, acumulando sobre si a maldade que lhe é peculiar e a resultante condenação que o focaliza, por mais feliz que a vida lhe pareça ser.
O cristão, diz Paulo, não é assim. Suas atitudes diferem, em muito, daquelas praticadas pelos que não têm qualquer temor a Deus e, diante desta clara diferença, uma das provas de seu reconhecimento é, não somente saber que os dias são maus, como também aproveitar cada momento pra fazer a diferença que se espera dele, andando prudentemente, remindo o tempo.
É tão comum alguns crentes trabalharem intensamente na Igreja que as férias se apresentam como uma oportunidade de descansar desta “estafante” rotina, ao mesmo tempo em que podem não alterar nada para aqueles que já não se envolvem o tanto quanto deveriam com o trabalho eclesiástico e que, portanto, nada precisam mudar a não ser fazer o que, normalmente, fazem: descansar de seus muitos compromissos de rotina e de uma incômoda fadiga.
Antes de qualquer julgamento precoce é bom lembrar que Paulo não está tratando de qualquer tipo de férias, mas o assunto é pertinente. Refiro-me a estar de folga pra fazer o que deve ser natural no cristão, ou seja, diferenciar-se do ímpio, aproveitado as oportunidades pra preservar a si mesmo, influenciando com uma vida calcada no Evangelho e sem sofrer as conseqüências de uma sociedade funesta e decadente sem perspectivas de grandes melhoras.
Que o Senhor nos dê a sabedoria suficiente pra aproveitar a vida não somente nas férias de cada ano, mas durante todos os dias de nossa existência.
Rev. Marcos Martins Dias

21 junho 2007

CONDENADO AO INFERNO POR UM INSULTO

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás... Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão... e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” Mt. 21,22

O longo período que se estendeu desde o tempo em que o último profeta falou no Velho Testamento até o surgimento de João Batista clamando no deserto (um tempo de aproximadamente quatrocentos anos), o contato dos judeus com a Lei e a sua interpretação sofreu a terrível interferência ocasionada com o surgimento da seita dos Fariseus, apoiada pelos Escribas, os quais, juntos, deturparam o sentido original dos mandamentos dados ao Povo de Deus.
Desta forma, Jesus Se utiliza de expressões como “ouvistes que foi dito... eu, porém, vos digo”, resgatando o verdadeiro ensino que a Lei transmite.
O Mestre não estava colocando em xeque a própria Lei; pelo contrário, confrontava sua errônea interpretação, posto que, deixa definitivamente claro que não veio revogar a Lei ou os Profetas, e sim, cumprir (Mt. 5.17).
Textos como estes lançam por terra qualquer intenção consciente ou não de dar um sentido mais brando à Graça que se manifestou por meio de Jesus, considerando que, por meio dela, a Igreja dispõe da maravilhosa oportunidade de atingir sua maturidade, compreendendo a Lei em seu sentido mais profundo e, aterrorizada pelo pecado nela manifestado, ampara-se desesperadamente na única possibilidade de se ver livre da condenação, ou seja, a total obediência observada por Jesus em lugar de pecadores desprovidos da mínima chance de se salvarem por meio das obras.
O texto em epígrafe é um pequeno exemplo da seriedade que reveste este assunto. Se por um lado o assassino impenitente está destinado à condenação eterna, Cristo não alivia a punição para os que fizeram “apenas um insulto”, afirmando que ambos estão, igualmente, sujeitos ao fogo do inferno.
Pode parecer um terrível engano, um exagero, uma situação extremamente utópica; entretanto, o apóstolo Paulo compreendeu bem tal situação na medida que diz: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe... Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia... Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados... Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.” (Ef. 5.29-6.5)
Ora, se Paulo compreendeu devidamente a intensidade do compromisso decorrente da graça, com que autoridade poderíamos nós dissociar a obediência da Lei sob o escudo de uma liberdade não autorizada a qual definimos como “graça”?
Em síntese, é preciso olhar com igual reverência para a Lei cumprida em Cristo e a justificação alcançada por meio da graça, levando-nos a nos prostrarmos de joelhos diante do Pai e a andar de modo digno da vocação a que fomos chamados (Ef. 3.8, 4.1).
Assim sendo, que a Graça de Deus nos transforme em pecadores mais penitentes.

Rev. Marcos Martins Dias

16 junho 2007

CONHECIMENTO PROFUNDO E TRANSFORMADOR

“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido”. Hb. 5:12

Tenho acompanhado, pessoalmente e por diversos veículos de comunicação, estudos, mensagens, debates teológicos de grande profundidade e até assuntos recheados de idéias mirabolantes, por vezes, absurdas, resultantes do que se pode chamar de “particular elucidação” cf. 2 Pd. 1.20, consumindo tempo, dinheiro, desgastes intelectuais, psicológicos, físicos e emocionais e que, em sua maioria, envolvem pessoas que já são membros de algum seguimento evangélico.
Apesar de um elevado número de discussões sem qualquer sentido, não se pode questionar que muitos assuntos estão revestidos de grande bagagem doutrinária, resultante de um trabalho sério fundamentado nas Santas Escrituras.
Alguém poderia argumentar que tais exposições bíblicas devem ter como público alvo, os que já são convertidos e que reúnem alguma maturidade para irem mais além dos princípios elementares recebidos no início de sua vida cristã.
O problema que percebo é que, possivelmente estejamos precisando rever se, de fato, compreendemos os princípios elementares para, então, avançar numa escala ascendente em um aprofundando cada vez maior nas demais questões indispensáveis para o desenvolvimento cristão.
Tal julgamento se baseia na falta de impacto que a igreja, com alguma exceção, vem demonstrando em relação ao mundo, pela manifestação de atitudes e palavras que depõem contra os que se julgam bons entendedores de teologia, pela constatação de um crescente proselitismo ou, se preferir, remanejamento de crentes de um movimento pra outro e, em detrimento do crescente número de “expositores” da Escritura, por outro lado, não se sabe ao certo quem tem sido, legitimamente, transformado em meio a tão “farto conhecimento”, quando o objetivo deve ser fazer com que Deus seja conhecido e que o pecador seja santificado do início ao fim de toda a sua vida.
Não será inoportuno refletir nas seguintes palavras do Autor aos Hebreus: “Porque todo sumo sacerdote, sendo tomado dentre os homens, é constituído nas coisas concernentes a Deus, a favor dos homens, para oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados, e é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas. E, por esta razão, deve oferecer sacrifícios pelos pecados, tanto do povo como de si mesmo.” (5.1-3).
Sem dúvida não faltará quem saiba analisar exegética e teologicamente o texto, trazendo este ensino para a nossa condição e, fazendo isto, compreenderão o ponto onde pretendo chegar, ou seja, nosso discurso deve ser apontar pra nós e para os que ainda permanecem no lado de fora do aprisco; de outro modo, qual será a utilidade de tanto conhecimento? Nossos debates, discursos, mensagens e nossas reuniões, estarão restritos a grupos de crentes que, em decorrência do desvio de foco em relação ao “ide”, podem se enfraquecer até que permaneçam apenas os que se constituem essencialmente na Igreja Invisível do Senhor Jesus.
Rev. Marcos Martins Dias

09 junho 2007

PARA A GLÓRIA DE DEUS

“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” 1 Co. 10:31

O mês de junho chegou e com ele as típicas festas realizadas nesta época do ano. São inúmeras alternativas pra se ter uma boa diversão: “canjicadas, pamonha, mingau de milho verde, o tradicional quentão, danças de quadrilha, chapéu de palha, roupas quadriculadas e rasgadas, fogueiras e fogos etc.”
Como saber se o crente deve ou não participar do que se realizam nas escolas, nos clubes e em outros estabelecimentos quaisquer?
Não adianta procurar na Bíblia algum texto que, de um modo claro e minucioso, nos diga: “sim. Participe.” ou “não. Fique de fora das festas juninas”. A Bíblia não é um livro de regras, mas de princípios que norteiam o comportamento cristão; e, sendo assim, o que se espera de cada um é que haja maturidade pra saber o que convém e o que não convém. O que é lícito e o que não é lícito.
No texto acima, Paulo trata de um assunto similar na medida que se reporta a um contexto idólatra, assim como é idólatra o País em que vivemos.
Observe que o apóstolo, apesar de estar lidando com um assunto delicado, não deixa os crentes de Corinto sem a orientação mais apropriada, visando preservar a legitimidade de sua fé sem que eles, pra isto, tivessem que abrir mão de algumas práticas que, por si mesmas, não eram pecaminosas.
Esse é o papel de todo ministro que deseja o melhor para o rebanho que pastoreia; e, em decorrência disto, por vezes temos que lidar com assuntos cuja consciência precisa estabelecer o veredicto.
Sendo assim, nada melhor que seguir o pensamento paulino expresso no capítulo dez da epístola aos coríntios, ou seja, o mais sensato a fazer é invocar o objetivo maior para o qual fomos criados: a glória de Deus.
Tendo isto como alvo supremo, não fica tão difícil decidir quanto ao que devo e o que não devo fazer. Note que o texto é claro na medida que diz: “... fazei tudo para a glória de Deus”.
Para alguns esta colocação pode parecer lacônica ou furtiva; entretanto, ao contrário disto, somos convocados a avaliar se o que fizemos, fazemos ou faremos conta com a aprovação de Deus e aponta para a Sua honra e glória.
Talvez uma forma bem simples de fazer esta verificação seria se perguntar: Cristo me acompanharia pra onde pretendo ir? Ele participaria comigo do que pretendo fazer? Se sentiria à vontade com os amigos com os quais pretendo me reunir? Comeria o que como? Beberia o que bebo? Se assentaria comigo e com meus amigos? Participaria de nossas conversas e atitudes?
Apelar pra consciência não é um trabalho fácil; mas responder a questões assim já não é tão desafiador. Desde que eu conheça bem Aquele a quem sirvo, certamente conhecerei a melhor maneira de agradá-Lo e me comportarei de tal forma que, tudo quanto eu fizer redundará na honra e glória de Deus.
Assim sendo, rogo ao Senhor que nos ajude a fazer o que é certo de modo que se cumpra em nós o que foi dito por Jesus: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mt. 5:16
Rev. Marcos Martins Dias

01 junho 2007

FOLHAS QUE NÃO MURCHAM

“Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.” Sl. 1:3

Embora no Brasil não seja muito comum notar as transformações que ocorrem, anualmente na natureza, em decorrência das mudanças climáticas características de cada estação, em outros países a situação é muito diferente. Depois de passado o verão, o outono e o inverno provocam uma drástica mudança em suas paisagens e, de um modo particular, num primeiro momento, as folhas secam, caem e geram uma imagem cinzenta do que antes era marcado por um quadro caracterizado por sua multicor. Depois disto, cai a neve, o frio se intensifica, o cinzento é substituído pelo alvo impactante, o qual se estabelece sobre árvores, campos, montanhas e lagos, cidades inteiras, exibindo a imponência de um rigoroso inverno, onde tudo parece muito calmo e silencioso.
Algumas vezes tenho a impressão de que a igreja também experimenta algum tipo de mudança climática ou de estação. Outras vezes penso que algum clima veio pra ficar e, nesse caso, mesmo que a temperatura mude lá fora, o que se passa no coração não apresenta sintomas de alguma tendência em se modificar.
Quando este é o caso da natureza, ficamos como que em estado de alerta. Em se tratando da igreja, entretanto, a questão é totalmente contrária. Ela precisa apresentar folhas sempre verdes, acompanhadas de flores e frutos, provas incontestáveis de sua robustez e do caráter vívido originário de Sua Fonte primária responsável por vigor permanente e por uma beleza crescente.
O Salmo primeiro disserta sobre esta situação. Ele aponta para as evidências apresentadas pelo justo e pelo ímpio, ficando claro quem ainda está vivo e quem está sem beleza, sem brilho e sem cor, secando desde a raíz.
Numa época de frio intenso, é inevitável deixar de analisar e constatar que a primavera e o verão já se foram, o outono se instalou e mesmo antes que chegue o inverno, algum tipo de frieza espiritual parece superar todos os limites, invadindo estações adentro e se perpetuando na vida de um incontável número de pessoas.
Desta forma, ainda que não haja “tempo ruim” para se manter no trabalho, para desfrutar de algum tipo de lazer, para investir em uma boa formação acadêmica, dentre outras coisas mais, o “tempo está fechado” quanto a investir na vida espiritual. O frio intenso não consegue estimular o apetite pelo genuíno leite espiritual, amortece a disposição para a oração, resseca os lábios impossibilitando-os para a evangelização o louvor e a adoração, fazendo morrer não a natureza terrena, mas dando clara demonstração de que a árvore pode estar morta e se definhando desde a raiz.
Convém que reflitamos sobre isto e tomemos as providências necessárias enquanto há chances de se reverter tal situação.
Que o Senhor nos ajude e nos esclareça em mais este grande desafio.
Rev. Marcos Martins Dias