24 outubro 2006

TEORIA E PRÁTICA

“Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;... E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”. Lc. 15:18 e 21

Você deve estar lembrando do contexto em que as declarações acima foram feitas. Estamos tratando da parábola do filho pródigo, ocasião em que ele, depois de haver esbanjado tudo quanto requereu de seu pai, foi parar na sarjeta a ponto de “desejar” comer o alimento que era oferecido aos porcos, dos quais tomava conta.
Isto é um retrato da condição que o pecado gerou em toda a raça humana e a indicação da providência a ser tomada para reverter sua triste situação.
Note que, embora as duas afirmações sejam exatamente iguais, elas se deram em momentos diferentes. A primeira se passou no momento mais difícil experimentado pelo jovem inconseqüente e é resultado de uma profunda reflexão que o levou a falar de si para si mesmo. A segunda, entretanto, é a execução do que havia sido planejado, ou seja, depois de haver constatado a gravidade do estado em que se encontrava, decidiu o que fazer e, de fato, levantou-se e regressou para a sua casa, fazendo o que estava proposto em seu coração.
Ao retornar, de longe foi visto pelo pai que correu ao seu encontro, abraçou e o beijou insistentemente, perdoando-lhe a atitude intempestiva que o levou a sofrer a vergonha de “guardar porcos” (uma abominação para o judeu).
Observe que o texto aponta duas coisas de vital importância para o nosso aprendizado: 1. Verifica-se que houve, em seu coração, sensibilidade suficiente para reconhecer o mal que havia feito e também o único meio de tentar reparar seu erro; 2. Suas intenções foram levadas a efeito e, conseqüentemente, deixou para trás todo o embaraço e o pecado que havia cometido contra o seu progenitor.
O que se espera de todo homem em relação a Deus, não é nada diferente, considerando que todos nascem com uma natureza totalmente inclinada para a prática do pecado e, em decorrência disto, o estado de desespero pela iminente condenação que aguarda por todo aquele que se mantém impenitente.
É muito bom poder reconhecer o erro e identificar a única forma de repará-lo; entretanto, este legítimo reconhecimento sempre leva a uma tomada de atitude, ou seja, se alguém vive a lamentar as falhas cometidas e se atém apenas ao reconhecimento do que deve ser feito, certamente jamais poderá experimentar o perdão e toda a mudança desejada; pelo contrário, da sarjeta em que se encontra será arremetido para o tormento eterno em lugar do refrigério imaginado.
Que Deus nos ajude a fazer mais do que refletir sobre nossos erros, estimulando-nos a tomar atitudes que nos conduzam ao indispensável perdão.

Rev. Marcos Martins Dias

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