10 julho 2009

ENREGA PARCIAL

“Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará.” Sl. 37. 5

Uma das coisas mais comuns na vida cristã é “entregar” constantemente os problemas a Deus e “esperar” os resultados desta atitude tão “segura”.

Colocar os termos “entregar, esperar e segura” entre aspas é uma atitude proposital por se tratar de um assunto que, embora pareça claro, apresenta incoerências nos sintomas observados em pessoas que, mesmo fazendo muito uso dos termos, ainda não conseguiram alcançar a verdadeira experiência de entregar, esperar e ter segurança. Isto é o que se define aqui como “uma entrega parcial”, ou seja, é o mesmo que “dizer” mas, não “fazer”.

É incrível como a confiança no ser humano atinge proporções incomparavelmente maiores do que aquela requerida pela Escritura, no que se refere a Deus. Mesmo nas coisas mais simples, podemos ser apanhados em nossa própria armadilha, tendo certeza acerca de pessoas, coisas, circunstâncias etc., que são, por si mesmas, incertas.

Deste modo, por exemplo, entregamos determinada quantia a alguém, confiamos que ele trará o que lhe foi pedido e, normalmente, esperamos tranquilamente que tudo se faça conforme o planejado. Seja em relação ao pão matinal, à conta a ser paga, à rotina normal de sair pela manhã e retornar depois, de se levar uma vida sem aquelas situações inesperadas etc.

Querendo ou não, podemos ser vitimados pelo que foi dito por meio do profeta Jeremias: “...: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparte o seu coração do SENHOR!” 17. 5.

Esta constatação se fundamenta no fato de orarmos diante de certas adversidades e “entregar” nas mãos de Deus mas, sofrendo de certa ansiedade sem saber “se”, “quando” e “como” Ele fará o que “esperamos”.

Uma “entrega pela metade” não é entrega, nem confiança, nem esperança. É o contrário de tudo isto. É ausência daquela fé genuína que promove descanso, paz e que o entendimento é incapaz de alcançar.

Nossa natureza é assim mesmo. Se podemos ver, tocar, sentir etc. parece que tudo fica mais fácil; por outro lado, se não vemos, não tocamos, não sentimos, se dependemos totalmente de crer, de depositar uma fé incondicional e irrestrita no que Deus nos diz, a hesitação bate à porta, espreita o coração humano, perturba a paz, gera insegurança, duvida da fé, contrariando princípios triviais que devem permear o relacionamento entre homem e Deus.

Está dito: “Entrega, confia e espera”. O que nos compete é simplesmente obedecer, ao mesmo tempo em que fazemos o que está ao nosso alcance.

Que Deus nos ajude a confiar de fato e de verdade em lugar de enganar a nós mesmos com uma espiritualidade superficial, sofrida, vazia, repleta de situações onde a angústia e a ansiedade ocasionadas pela inobservância da Palavra de Deus são fatores presentes na vida de muitos que se declaram fervorosos e crentes em Jesus Cristo.

Rev. Marcos Martins Dias

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