28 dezembro 2007

2008 - EM BUSCA DA TERRA PROMETIDA

“Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência.” Hb. 4.11

A dramática história dos que saíram do Egito e não entraram na Terra Prometida tem sido uma mensagem continuamente enfatizada em nossos púlpitos por estar muito próxima da realidade de nosso contexto eclesiástico.
O consenso de que estamos a caminho da Terra Prometida não se constitui em garantia de que todos entrarão lá. Isto se define pelas atitudes que a igreja pós-moderna demonstra e que se aproxima muito daquelas ocorridas na ocasião em que os espias voltaram da missão que Moisés lhes confiou.
Mesmo depois das divinas manifestações de poder ao longo de sua jornada até as fronteiras da Palestina, dez deles evidenciaram uma fraqueza tal que, associada ao poder de persuasão alimentado por uma natureza incrédula e desobediente, inflamou os ânimos do povo, pondo em descrédito não somente a palavra de Josué e Calebe como também a liderança de Moisés e a fidelidade do próprio Deus em cumprir Sua promessa.
Suas emoções atropelaram a fé e destruíram qualquer possibilidade de conquista, arrebatando-lhes sonhos e esperanças tão próximos de serem alcançados, em detrimento de tudo quanto já sabiam acerca de Deus.
O que eles não imaginavam é que Deus lhes entregaria ao fracasso que vislumbravam, transformando suas conjecturas em realidades, deixando-os prostrados no deserto e impedindo-os de possuir a Terra.
Não estamos em posição de maior vantagem, posto que a incredulidade e a desobediência permanecem ofuscando a esperança de alcançar o intangível, de experimentar a grande promessa de entrarmos no descanso eterno.
Diante disto, compete-nos enxergar acima dos obstáculos que deverão acompanhar o ano de 2008, a fim de que mantenhamos o rumo e preservemos a certeza de que estamos firmes a caminho da Terra que nos foi prometida.
Podemos ficar com a minoria e continuar crendo mesmo diante de grandes obstáculos ou abraçar o conceito de uma maioria que permanece desafiando o poder de Deus e a Sua capacidade de nos colocar exatamente onde prometeu, avançando em nossas conquistas ou rastejando em nossos fracassos.
Que o Senhor nos dê a sabedoria necessária para tomar a melhor decisão.

Rev. Marcos Martins Dias

26 dezembro 2007

O MUNDO NÃO O CONHECEU

“..., o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.” Jo. 1.10

Qualquer pessoa que professe crer em Deus, muito provavelmente, não apresentará dificuldade alguma em aceitar o fato de que tudo o que existe, visível ou invisível, é plenamente conhecido pelo Criador. Por outro lado, mesmo sendo Ele o princípio de todas as coisas, encarnou-Se, viveu entre os homens e, segundo o relato de João, o mundo não O conheceu.
Muitos sabem que isto se deu, primeiramente, em função do pecado que cegou e ensurdeceu o homem, cauterizou sua mente e endureceu seu coração, de modo que, embora anunciado e aguardado durante séculos, Sua vinda ao mundo, passou despercebida pela maioria daqueles que O aguardavam.
Certamente que outros fatores também contribuíram para esta realidade tais como o lugar onde Ele nasceu, a família da qual Se originou, a forma discreta como tudo isto se deu etc. Mas, a realidade é que, ao afirmar que o mundo não O conheceu, João está levando em consideração todos os fatores que acompanharam-No desde o nascimento até o período em que Ele realizou Seu ministério, os quais, eram provas incontestáveis de que o Messias, o Filho de Deus, encarnado, já era chegado; entretanto, conforme as palavras de Isaías 53. 2 e 3, Ele era “ ... como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.” .
Toda esta história esta registrada de um modo completo e perfeitamente claro a fim de que não nos incorramos no mesmo erro, sendo conhecidos por Ele mas, à semelhança de Israel, desconhecendo-O nos moldes em que a Escritura O apresenta, por maior que seja a insistência em afirmar que Jesus é a Personalidade mais popular de toda a história. De fato, não o é, visto que continua não sendo conhecido a julgar pelo modo como o ser humano tem se comportado diante de Seus claros ensinamentos registrados na Escritura.
Esforcemo-nos para não sermos contados entre os que dirão: “Senhor! Senhor!” e, no entanto, ouvirão a terrível declaração: “Nunca vos conheci”.

Rev. Marcos Martins Dias

16 dezembro 2007

NATAL E ESPERANÇA

“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra;
porque os meus olhos já viram a tua salvação,” Lc. 2. 29 e 30

De todas as cenas que giram em torno do nascimento de Jesus, este trecho está entre os menos lembrados.
Trata-se da ocasião em que Jesus foi levado e tomado nos braços por Simeão, homem já avançado em idade e que, segundo Deus, não morreria sem antes viver aquele glorioso momento.
Suas poucas palavras mostram o motivo de tão esperado momento. Elas também revelam que sua vida foi nutrida pela esperança de que veria o Salvador. Note o conhecimento que ele manifesta ter sobre Jesus, ao dizer: “a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.... Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” (31 – 35).
É incrível o conceito que ele demonstra sobre salvação aos gentios. Além disto, a presença de Cristo representava a concretização de uma antiga promessa, a qual transformaria o opróprio de Seu povo em estado de “glória”, posto que Ele estava destinado para o levantamento de muitos em Israel. Por outro lado, sua primeira vinda já trazia o prenúncio de um juízo condenatório, na medida que significava “alvo de contradição”; expressão esta cujo sentido fica ainda mais claro quando o próprio Senhor Jesus afirma que “não veio trazer paz à terra, mas espada.” (Mt. 10.34).
A esperança de Simeão e o seu conhecimento em relação ao nascimento de Cristo, são dignos de serem imitados por todos nós, os quais vivemos em um contexto de muitas frustrações e de um amplo e inexpressivo conhecimento a respeito dos motivos que trouxeram Cristo ao mundo.
Queira Deus que vivamos como salvos por Cristo, alimentando a esperança de contemplarmos o dia glorioso da Sua vinda, razão de ser de nossa existência e o motivo pelo qual, com prazer, comemoramos o Natal.

Rev. Marcos Martins Dias

04 dezembro 2007

CONFESSANDO A FÉ

“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”
Mt. 16:16

O apóstolo Pedro geralmente tem sido lembrado por certas manifestações intempestivas ocorridas durante o período em que esteve com Jesus. Além disto, experimente perguntar à igreja quem negou a Jesus e, sem titubear, até crianças poderão responder, com uma certa satisfação, “foi Pedro”.
Mas, justiça seja feita. Alguns de nós poderiam haver feito o mesmo ou até coisas piores se estivéssemos em seu lugar. Na realidade, não é precipitado dizer que muitos que se dizem “seguidores de Jesus” têm evidenciado uma conduta que não é digna de ser imitada ou registrada para a posteridade.
Na verdade, o que se diz de Pedro não o torna pior do que os demais componentes do colegiado apostólico. Você está lembrado que eles foram capazes de discutir sobre quem deveria ser o maior no Reino dos Céus?
O que está escrito nos mostra que Jesus lidou com homens simples e que, em detrimento de suas limitações, das quais todos nós compartilhamos, houve superações que, provavelmente, nós jamais alcançaremos. Por outro lado, dentre os fatores triviais que os qualificavam como cristãos, destacamos esta inesquecível confissão de fé feita sob circunstâncias bastante confusas.
Uns diziam que Cristo era João Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias ou algum dos profetas. Mas Jesus quis saber dos discípulos: quem dizeis que eu sou? Pedro, revelado por Deus, reconheceu nEle, o Filho de Deus encarnado.
Diante deste fato, falta-me espaço pra dissertar sobre o que isto significa. Desta forma, pense um pouco sobre as respostas simples e equivocadas que continuam sendo dadas à antiga pergunta: o que o povo diz sobre Jesus?
Olhe à sua volta. Ouça o que se prega, observe o que se escreve, avalie os cultos que se prestam, contemple o que se faz, a vida que se leva e, certamente, será inevitável notar que ainda existe uma grande confusão sobre quem é Jesus e quem nós devemos ser. Por isso, penso que é preciso insistir na pergunta: “quem é Jesus?” e ainda acrescentar outra: “quem sou eu?”
Deus há de oferecer a sensibilidade necessária para sermos honestos em reconhecer quem somos e confessar com seriedade, responsabilidade e compromisso acerca da fé que devotamos a Jesus, o Filho do Deus vivo.

Rev. Marcos Martins Dias