17 outubro 2007

É PRECISO SABER O QUE FALAR

“Então, Agripa se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão.” At. 26:28
O intrépido apóstolo Paulo precisou enfrentar inúmeros e terríveis desafios em sua viagem para Roma, com o propósito de estar diante de César para fazer sua defesa, como cidadão romano, face às acusações que vinha sofrendo e que o levaram muitas vezes para a prisão, além de submetê-lo a açoites e toda sorte de maus tratos.
Dentre os obstáculos que surgiram no trajeto, estando preso em Cesaréia, foi levado à presença do rei Agripa em cuja ocasião pediu para fazer sua defesa.
Impressiona-me o fato de Paulo, homem cheio do Espírito Santo, portador de uma mensagem que tem incendiado corações através dos séculos, ter ouvido tamanha tolice da parte de um nobre, considerando que a profundidade de seu ensino não deixa nada a desejar, sendo riquíssima em conteúdo e um verdadeiro compêndio teológico que expressa com muita clareza os ensinamentos recebidos por Jesus.
Apesar disto, Agripa, presunçosa e arrogantemente, define seu discurso como sendo insuficiente para persuadi-lo. Paulo, entretanto, em sua humildade, prossegue dizendo: “...: Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.” At. 26:29 .
O tempo passou e além da arrogância de Agripa estar presente na era pós-moderna, ainda temos um outro terrível adversário pra enfrentar: a falta de conteúdo na pregação do Evangelho, em muitos lugares e por todo o mundo todo.
Não é difícil encontrar discursos vazios, os quais são merecedores da crítica que Paulo recebeu. Mas, este não é o ponto nevrálgico de minhas argumentações. O problema é analisar passado e presente e concluir que, se a enriquecedora pregação de Paulo foi desprezada e considerada insuficiente para convencer aquele nobre, mas terrível pecador, então, pense o nível em que podemos colocar a nossa pregação. Por essa e por outras tantas razões, sem dúvida nenhuma, é preciso saber o que falar.
Graças a Deus, a tarefa de sensibilizar um coração empedernido, abrir olhos e ouvidos vedados para a sublimidade do Evangelho são uma tarefa essencialmente divina, deixando pra nós a responsabilidade de ter e saber o que falar, lembrando que a mais profunda e abrangente exposição das Escrituras poderá ser qualificada como sendo “pouco” quando o receptor, além de não ter qualquer relação com a realeza, em nada tem seu coração diferente do inflexível rei Agripa.
Cumpramos a tarefa de conhecer o que precisamos falar e deixemos o resultado nas mãos dAquele que exerce domínio sobre todo coração.

Rev. Marcos Martins Dias

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