15 maio 2009

DISCORDANDO DE DEUS

“não atende a ninguém, não aceita disciplina, não confia no Senhor, nem se aproxima do seu Deus.” Sf. 3.2

O modo como se aborda a respeito das manifestações teofânicas ao longo da história, por diversas vezes deixa a impressão do desejo de fazer parte do quadro e, não somente contemplar os momentos maravilhosos em que Deus falou clara e diretamente ao Seu povo mas, também dá a impressão que a nossa disposição para a pronta obediência a tudo quanto Ele disse é incontestável. Entretanto, embora se concorde que o Senhor continue falando através dos séculos, parece que a inclinação para tomar rumos diferentes daqueles apontados por Ele retratam uma realidade presente, a qual também seria observada mesmo diante dos impactos causados por Suas incontáveis manifestações sobrenaturais.

As condições dos judeus no contexto do cativeiro babilônico são uma demonstração concreta da tendência humana em fazer sua vontade prevalecer contra Deus e Seus mandamentos, mesmo sofrendo duramente o preço desta atitude tão insana, considerando que aceitando ou não, concordando ou discordando, é como diz o profeta Daniel: “Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem dizer: Que fazes?” (Dn. 4. 35).

Moisés teve audácia suficiente para discordar de Deus. Jeremias também o fez ao considerar-se inabilitado quando foi chamado. Jonas, juntou seus pertences e demonstrou sua discordância seguindo para Társis e, dentre tantos outros exemplos, não apenas um homem mas, todo o povo fez mais do que ignorar os caminhos apontados por Deus. Suas decisões caracterizam um comportamento de franca rebeldia e insistência em permanecer em caminhos moldados segundo os ditames de sua própria consciência.

Creio que, apesar das diferenças ocasionadas pelo tempo e espaço que nos separam desta realidade jamais esquecida, cada dia que passa, cada movimento que surge, cada declaração feita acerca de Deus, cada atitude demonstrada pela igreja hodierna, retratam um comportamento de semelhante discordância de Deus e de Sua vontade na medida que se “determina”, “toma-se posse”, “enfatiza-se determinadas promessas descontextualizadas”, “estabelece-se quando, onde, como e em quem Deus fará isto ou aquilo”, dentre tantas outras anomalias geradas pelo mesmo mau que anulou a sensibilidade dos judeus e que os subjugaram a uma dura disciplina que marcou época e jamais será esquecida.

Podemos optar por seguir o mesmo destino cruel e amargar a ação disciplinadora de Deus sobre nós ou admitir que, embora pensemos conhecer Deus e Sua vontade, podemos estar tomando uma direção completamente oposta ao que se espera de nós quanto a permanecermos dentro dos padrões divinos, revestidos de Sua aprovação, bênção e direção em tudo quanto realizarmos.

Busquemos a humildade necessária para refletir sobre isto e investirmos num relacionamento de concordância com a vontade de Deus para nossa vida.

Rev. Marcos Martins Dias

12 maio 2009

INCREDULIDADE NA FAMÍLIA

"porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém agora, são santos.” I Co. 7. 14

Quando nos deparamos com tanta gente querendo mudar o mundo, assustada com os desequilíbrios crescentes que se apoderam da sociedade, tem-se a impressão que os lares cristãos estão perseverando na luta contra toda impiedade a qual, começando por indivíduos, passando pelas famílias e atingindo a sociedade, permanece encontrando um oponente à altura, estando, portanto, impedida de causar maiores estragos do que o que se pode constatar.

No entanto, quando a análise que se faz está revestida da credibilidade que qualifica o cristianismo, começando por avaliar a nós mesmos, nossos lares e nossas igrejas, é possível que não encontremos a força necessária para combater todo o pecado que se avulta continuamente, destruindo vidas, famílias e até mesmo igrejas inteiras, anulando qualquer possibilidade de ser crente de fato.

Compreenda-se que isto não é uma afirmação de que “as portas do inferno prevalecerão contra ela”. Esta realidade é irrefutável, provém do Senhor da igreja e garante que, ainda que o amor de “quase todos” se esfrie, um remanescente será preservado e cumprirá o seu papel, sempre influenciando o meio em que vive.

O ponto que destaco nesta reflexão tem mais a ver com o cuidado que se deve ter de considerar-se imune aos danos que a incredulidade pode causar individual e coletivamente, com ênfase no contexto familiar.

Não se refuta a realidade que onde o crente é plantado, o mínimo que se espera é que sua presença promova diferença. O texto em epígrafe é muito claro a este respeito. A preocupação diz respeito à atitude de reivindicar os benefícios relativos à santificação tratada aqui, em detrimento de observar criteriosamente o comportamento que faz a diferença entre crente e incrédulo.

Sem qualquer dificuldade, qualquer um saberá afirmar que o vocábulo “crente” não é sinônimo de santidade. Afinal, ao isolar o termo do contexto em que está inserido no caso de I Co. 7, a palavra pode ser definida de muitas maneiras e, neste caso, é possível que haja muitos arrolados em igrejas compostas por “crentes” e que, no entanto, em matéria de convívio familiar, perdem para muitos que ainda não experimentaram as típicas mudanças resultantes de uma legítima conversão, comprometendo assim o padrão que se deve manter quanto ao trato a ser dispensado à esposa, ao marido, aos filhos, aos pais etc., a qualidade de vida que deve ser mantida em cada lar cristão.

Roguemos a Deus que nos ajude a ser instrumentos de bênçãos em nossos lares e que nos livre de maquiar a verdade, usando uma máscara para dar a impressão de que tudo está bem em nossa família e, por isso, podemos proceder com autoridade diante daqueles cuja família sofre diante da força implacável com a qual o pecado tem rompido muitos laços fraternos e, consequentemente, gerado uma sociedade decadente e corruptora na medida que causa estragos constantes e crescentes em cada casa onde a igreja deveria se fazer presente.

02 maio 2009

UMA EPIDEMIA QUE NÃO CAUSA PÂNICO

“nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” II Co. 4.4
O mundo já enfrentou muitas epidemias ao longo de sua história, das quais a mais recente é a tão divulgada “gripe suína” e, diante da sua força letal, grandes mobilizações já foram feitas a fim de conter sua proliferação e erradicar o problema, utilizando-se de variadas formas para um combate intenso e contínuo até que todos possam se sentir seguros e protegidos da terrível ameaça mundial.
Lembro-me de outras ocasiões em que grupos se uniram em prol de causas comuns como na época em que consagrou-se a famosa canção “We are the World”, composta para ajudar no combate a fome da África.
Sem dúvida nenhuma, não há que se questionar que estamos lidando com atitudes louváveis e necessárias. A própria igreja é favorecida por meio destas ações que não tem como principal motivação o fator religioso. Entretanto, sem alardes, sem qualquer pânico, a principal epidemia que atingiu toda a raça humana de todas as gerações, permanece ganhando terreno, promovendo estragos sem precedentes e arruinando com o presente e o futuro de uma grande multidão.
Infelizmente, apesar dos constantes apelos da igreja, a cegueira impede que este grande mal seja conhecido e combatido de maneira eficaz, contribuindo para que se viva cada dia de maneira tranquila, ainda que os danos sejam perfeitamente visíveis, a condenação eterna seja cruel, inevitável e iminente.
A insensibilidade justifica a ausência de pânico em detrimento do pandemônio estabelecido desde a queda em todos os seguimentos da sociedade, resultante da contaminação que afetou todas as faculdades humanas.
Embora seja lamentável saber que esta realidade é de caráter irreversível para uma grande maioria da população mundial, a igreja precisa perseverar em sua tarefa de provocar o impacto necessário levando o pecador ao desespero para que este, por sua vez, corra em direção a Cristo em busca de conter o mais temível de todos os males que o mundo já enfrentou.
É preciso que cada cristão se certifique que está desempenhando adequadamente o seu papel na divulgação desta terrível enfermidade e da Única solução para o problema enquanto há tempo para resgatar os que ainda podem ter seus olhos abertos e a consciência de que são pecadores e necessitados da cura que procede de Deus.
Fazendo isto, estaremos experimentando o verdadeiro sentido de nossa existência e contribuiremos para que muitos sejam poupados de se deteriorarem plena e definitivamente pelos danos que o pecado ainda pode causar.
Que Deus nos ajude nesta grande e difícil tarefa.
Rev. Marcos Martins Dias