16 abril 2009

PROVADOS PELO FOGO

“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;”
I Pe. 1. 6 e 7

Ainda que o processo de aquilatação, aperfeiçoamento, purificação, pelo qual o ouro precisa passar não seja conhecido em seus detalhes pelos que fazem uso dele, sabe-se que são necessários aproximadamente em torno de mil graus célcios para derretê-lo e iniciar o processo de moldagem até atingir o formato desejado.

Para se ter uma idéia, a temperatura a ser mantida para obter-se um ovo frito, deve estar em torno de cento e setenta graus e para se cozer um arroz no forno é preciso atingir cento e oitenta graus, pelo menos. Portanto, é possível ter uma idéia de quão elevada é a temperatura a que se submete o metal bruto na intenção de aperfeiçoa-lo.

Esta comparação feita nas Escrituras quanto à prova é interessante. O texto fala de aquilatação, aperfeiçoamento, purificação, aos quais a fé é, igualmente submetida, reforçada pela expressão “mesmo apurado por fogo”, é empregada pelo apóstolo Pedro para encorajar os cristãos primitivos sobre o modo como deveriam enfrentar as duras adversidades que lhes sobrevieram em tempos de intensa perseguição, além de outros fatos adicionais.

É natural compreemder que o fogo é necessário para, num primeiro momento, desfazer o estado bruto para, então, dar início ao processo de preparação para se atingir a forma desejada. No caso dos cristãos, o objetivo é claramente exposto através da expressão “redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo.

É, no mínimo, uma arrogante presunção, tentar comparar a maior parte das lutas que enfrentamos, com as duras provações sofridas naquela época e, com uma certa exceção, verificada na era pós moderna, onde a tolerância enfraquece a importância de se crer em Cristo e escancara as portas para uma convivência “amigável” entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, fazendo do “relativo” o fator determinante para assegurar que estes laços se estreitem por meio da velha prática conhecida como “política da boa vizinhança”. Uma postura que, de um modo figurado, enfraquece o calor do fogo, diminui a elevação da temperatura e compromete o processo fundamental de aquilatação, pelo qual todo cristão precisa passar até atingir a “medida de varão perfeito, a estatura de Cristo”, conforme Paulo descreve em Ef. 4. 3.

Roguemos a Deus que nos conceda o suporte de que precisamos para enfrentar nossas provas e, na medida do possível, que nos livre de situações que quase nos levam a desfalecer.
Rev. Marcos Martins Dias

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