“O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” Pv. 16.4
Embora a Bíblia afirme claramente que todas as coisas foram criadas por Deus e que são soberanamente governadas por Ele, sempre houve, há e haverá quem insista em querer compreender como esta divina interação ocorre, demonstrando certa ignorância a respeito da supremacia da fé e a respeito de como ela transcende os limites da razão, abarcando o inteligível e o ininteligível sem se enquadrar no perfil do “absurdo, do utópico, do surreal, do impossível”, dentre outros correlatos.
A questão é muito simples; embora, muito sublime. Deus é e está acima de tudo e de todos. De acordo com o profeta Daniel “não há quem lhe possa deter a mão e dizer: Que fazes?” Dn. 4. 35. Sendo a origem de todas as coisas que vieram a existir, nada mais resta a não ser empreender os melhores esforços em busca do conhecimento de Deus e de Sua magnífica (boa, agradável e perfeita) vontade.
Sem esta atitude, tudo fica muito mais difícil. A ótica, pela qual, se reflete sobre o passado, o presente e o futuro, é totalmente comprometida e as ações e reações passam a exercer efeitos que se traduzem pela insatisfação, o descontentamento, a insegurança, o desapontamento, a frustração, a incerteza, o medo, a ansiedade, a tensão, o espírito controlador e, dentre tantas outras coisas, o desespero.
Tudo isto expresso nestas poucas palavras: “não era pra ser assim”.
Elimine a possibilidade de advogar em favor do fatalismo, determinismo e outros “ismos” que podem decorrer de uma má interpretação do que pretendo dizer aqui. Apenas lembre-se que o controle de nossa vida não está em nossas mãos como alguns afirmam. Somos inteira e continuamente dependentes de Deus.
Desconheço qualquer outra possibilidade para se experimentar a verdadeira paz. Não há espaço para caminhos alternativos que geram perturbação, na medida que insistem em levar-me a inquirir acerca de decisões tais como: “e se eu tivesse escolhido outra profissão?”, “e se eu não houvesse me mudado para outra cidade?”, “e se eu me mantivesse solteiro?”, “e se eu estivesse casado com outra pessoa?”, “e se eu não tivesse filhos?” e... e... e... “e se eu não tivesse nascido?”. Pode parecer muito fácil; entretanto, a situação muda completamente quando lembro-me das sábias palavras do apóstolo Paulo, registradas em Rm. 8. 28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” Mas, e quanto aos que não O amam? Ah! Em relação a esses também está escrito: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Rm. 1. 18.
Observe que em todos os casos existe um propósito do qual descendem todos os desígnios humanos. O “propósito” de Pv. 16. 4, Rm. 1. 18, Hb. 12. 1 etc.
Desta forma, somos convocados a descansar sob a certeza de que nossa vida está no controle de Deus. Somos convocados a lembrar que Ele não cochila e não dorme e nos guardará de todo mal; guardará a nossa alma, cf. o Sl. 121. 7. Não “desde agora e na hora da nossa morte, amém” mas, “desde agora e para sempre”.
Que Ele mesmo nos ajude em mais esta reflexão.
Rev. Marcos Martins Dias
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