“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mt. 5. 6
Em dias de intensa violência, opressão, corrupção e tantos outros modos através dos quais as pessoas são afligidas, é muito comum ouvir esta pequena frase ser pronunciada. Normalmente ela se refere ao desejo de se obter alguma compensação por perdas ou danos sofridos em uma situação qualquer; entretanto, não é este o ponto que quero enfatizar, posto que não é isto que o texto pretende ensinar.
É possível que muitos já tenham compreendido que ter fome e sede de justiça tem um sentido muito mais profundo do que o que se observa continuamente. Jesus esclarece que seus discípulos carregam consigo esta marca fundamental, ou seja, cônscios de seu estado de pecaminosidade e da santidade requerida por Deus, aspiram avidamente por serem justos e, resultantemente, procuram agir com justiça.
Seria perfeitamente natural que desejássemos uma sociedade mais justa e demonstrássemos grande tristeza por observar como a injustiça parece prevalecer contra os valores que deveriam permear todo o comportamento humano; entretanto, embora esteja correto, não é isto que nos é dito nesta passagem da Escritura. Na qualidade de filhos de Deus, uma das virtudes que devemos demonstrar é reconhecer que não somos justos. Não fomos transformados em justos. Isto é muito diferente de ser justificado por Aquele que é essencialmente justo.
Não há qualquer contradição em relação aos textos que se reportam ao filho de Deus como justo. Refiro-me a passagens bíblicas como “o justo florescerá como a palmeira, o Senhor conhece o caminho dos justos, os justos resplandecerão como o sol, o justo viverá da fé etc.”. Reitero que o que está em questão é o que nos é dito pelo salmista e mencionado por Paulo em Rm. 3. 10: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer." Isto, associado a outros textos, confirma que Deus não nos tornou justos; antes, nos declarou justos e justificados por meio de Jesus Cristo.
Sendo assim, antes de esperar que os outros se comportem com justiça, saberemos que cada um de nós precisa ter fome e sede por natureza mais e mais justa, residente em nós mesmos, em contraposição àquela injusta que insiste em rejeitar tudo o que está em harmonia com o querer de Deus. A ausência pessoal deste desejo é uma constatação irrefutável de que ainda não se alcançou a misericórdia de Deus e que ainda se permanece em um terrível estado de condenação, insensível com relação aos próprios erros e sem qualquer condição para diferenciar a justiça da injustiça, a maldade da bondade, o certo do errado, a falta de iniciativa para reparar os próprios erros.
Sendo assim, antes de esperar que os outros se comportem com justiça, saberemos que cada um de nós precisa ter fome e sede por natureza mais e mais justa, residente em nós mesmos, em contraposição àquela injusta que insiste em rejeitar tudo o que está em harmonia com o querer de Deus. A ausência pessoal deste desejo é uma constatação irrefutável de que ainda não se alcançou a misericórdia de Deus e que ainda se permanece em um terrível estado de condenação, insensível com relação aos próprios erros e sem qualquer condição para diferenciar a justiça da injustiça, a maldade da bondade, o certo do errado, a falta de iniciativa para reparar os próprios erros.
Vivamos de tal maneira que nossa fome e sede de justiça seja uma prova clara de que realmente somos filhos de Deus, justificados pelo sangue de Cristo e, por isso, verdadeiramente felizes ou bem aventurados.
Rev. Marcos Martins Dias
Rev. Marcos Martins Dias