“Mas à terra da qual eles têm saudades, a ela não tornarão.” Jr. 22:27
Há muitas ocasiões em nossa vida cuja saudade surge como um grande vazio, acompanhado de inúmeras suposições sobre como seria se tudo ou muito do que se passou tivesse sido diferente. Estaríamos melhores, mais felizes, mais amadurecidos, mais preparados para o futuro etc.?
Nossas lembranças ocupam um papel de grande importância em nossa vida. Elas reconstroem todo um quadro já vivido, provocam emoções, transpassam a alma e criam feridas de difícil cicatrização ou alimentam grandes esperanças de um futuro ainda melhor e mais promissor.
Dentro desta perspectiva, embora estejamos tratando apenas de lembranças, os efeitos são fatos que exercem um certo domínio sobre nossos comportamentos, os quais podem ser bons ou ruins. Podem nos conduzir a caminhos aplainados, a decisões mais acertadas ou também podem produzir profunda tristeza, desestímulo por saber que o tempo não volta mais e, além destas reações, também podem simplesmente insensibilizar corações, estimular a incredulidade e produzir uma vida insossa e comportamentos desprovidos de qualquer importância.
Apesar de tantas variantes, a lembrança nos foi dada a fim de nos alertar quanto a quem fomos, somos e seremos, fizemos, fazemos e faremos.
Deus Se utilizou das lembranças como instrumento para advertir Seu Povo, apontando caminhos alternativos, em algumas ocasiões como prevenção para evitar o pior e em outras como indicação de causas que os arremeteram a situações extremamente adversas.
Mesmo quando Ele não lhes falava, eles se lembravam e, em algumas ocasiões lamentavam, sentiam saudades, em outras se dispunham a ser e fazer melhor do que já haviam experimentado e, em outras ainda, demonstravam não haver aprendido qualquer lição.
Assim, o fato de sentir saudades, embora seja muito comum, precisa ser analisado se é fruto de lembranças carregadas de arrependimento, remorso e de uma vida desprovida de qualquer sentido ou se tem produzido efeitos benéficos que apontam para um futuro melhor e mais promissor.
Este critério continua sendo utilizado em nós a fim de que, aprendendo com o passado, nossas lembranças não nos impeçam de viver e, ainda que estejamos, em algum grau, cativos pelas saudades, procuremos conhecer os propósitos de Deus para o tempo que Ele já decretou quanto ao nosso futuro que ainda há de se revelar.
Rev. Marcos Martins Dias