“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” Rm. 8:37
A história da vida de cada um de nós apresenta múltiplas experiências, dentre as quais se incluem as que desejamos lembrar e, se possível, reviver. Por outro lado, há muitas outras que gostaríamos de esquecer. Penso que as indesejáveis são mais numerosas do que as que continuam promovendo alegrias constantes em nosso coração.
Ao fazer esta avaliação a fim de qualificar a proporção de vitórias ou derrotas sofridas por nós, não será nenhuma surpresa se constatarmos que é mais comum perder do que ganhar nesta vida.
Na realidade, de algum modo, este é um princípio estabelecido pelo Senhor Jesus quando disse: “Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.” (Lc. 9:24).
A questão que pode ser levantada diz respeito a conciliar nossas perdas com a clássica afirmação do apóstolo Paulo destacada acima, onde ele diz que “somos mais que vencedores”.
É como se estivéssemos diante de um sério conflito, um paradoxo, uma situação que a mente humana se vê incapaz de compreender. Entretanto, as colocações de Paulo, em nenhuma hipótese, desconsideram as perdas sofridas no mundo. Basta dar uma olhada no contexto em que a frase está inserida e verificar-se-á que suas palavras se contrapõem aos múltiplos sofrimentos que afligem o cristão ao longo de sua vida, ou seja, não se deve utilizar os ganhos e perdas do mundo para saber onde nos encaixamos. A resposta já está dada. Somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.
Isto satisfaz o seu coração? O conflito aumenta ao ver que suas lutas não o conduzem a grandes resultados? Ainda há dúvidas sobre ser ou não um legítimo vencedor? Então, é preciso penetrar o mais íntimo da nossa alma e verificar onde, de fato, nosso coração está posto. Porque, todo aquele que mantém os olhos fixos em Cristo, não vive descontente, não se entrega às derrotas do mundo, não questiona quando é provado por Deus e nem se ensoberbece quando os seus “celeiros e lagares” transbordam pela fartura que experimenta. Seu julgamento não se baseia na transitoriedade. Ele sabe que é mais que vencedor porque é herdeiro de algo incomparavelmente mais elevado do que tudo o que o seu coração é capaz de conhecer.
Deste modo, sempre será oportuno rogar a Deus a mesma maturidade demonstrada pelo apóstolo, a fim de nos firmarmos na certeza de que, independente do que se passa conosco, somos e sempre seremos mais que vencedores.
Que o Senhor nos ajude a avançar nesta maturidade.
Rev. Marcos Martins Dias