30 setembro 2010

AMOR AO PAÍS OU A SI MESMO?

“O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” Mc 12:31

Estamos diante de uma situação que se repete cada vez que precisamos nos dirigir às urnas para eleger nossos representantes políticos em várias instâncias governamentais.

O grande dilema que penso existir está para o significado do termo “representantes” quanto aos interesses relacionados ao termo, os quais se manifestam ao longo do exercício de mandatos dos respectivos eleitos, ou seja, mesmo que algo seja feito em prol da sociedade, geralmente, uma grande insatisfação e sentimento de frustração surgem ao perceber que a prioridade praticada nos variados escalões políticos está voltada para os eleitos e não para o País que se comprometeram a servir.

Não é de se admirar que tal prática se evidencie continuamente sem que a sociedade consiga reverter o quadro; afinal, observo e percebo que estamos em extrema desarmonia com o que nos é dito no Sl. 33.12, onde lemos: Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança.

Deste modo, ainda que ouçamos repetidamente de muitos candidatos que o seu propósito é servir ao seu país, sabemos que o único modo de fazer disto uma realidade é pondo em prática o princípio do amor ao próximo; todavia, o amor próprio se caracteriza durante e depois de certas gestões catastróficas marcadas por uma corrupção crescente, por enriquecimentos ilícitos, por favorecimentos próprios, por grande descaso em relação ao povo, o qual constitui-se o maior prejudicado perante estas contínuas e descaradas transgressões e afrontas contra Deus e contra o próximo.

Certamente não é difícil chegar a estas conclusões. A grande questão está para a solução de algo tão complexo e que, mesmo perante as ênfases de que tudo se resolve nas urnas, a realidade mostra que o voto é apenas um pequeno passo. A ética que se segue, esta sim, nos dá uma noção dos rumos que estamos por tomar.

Perante esta constrangedora constatação, é preciso se dirigir às urnas com temor e tremor. É preciso pensar na responsabilidade e não apenas no privilégio que o voto pode representar. É preciso estar consciente de que mais importante que depositar crédito no que determinado candidato afirma é certificar-se do caráter que ele demonstra, avaliando seu passado e conseguindo atravessar a máscara do discurso demagogo e identificar os que vivem para servir o
País e os que são senhores de si mesmos.

Peçamos a Deus este discernimento a fim de não sermos alvos de atitudes descuidadas e de votos desprovidos do mesmo critério que rege nossa conduta, ou seja, utilizando-nos das Escrituras como lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos, inclusive nestas épocas de eleições.

Rev. Marcos Martins Dias