23 fevereiro 2007

QUARTA FEIRA CINZENTA

“Pois sabeis também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado”. Hb. 12:17

Não sei se era uma quarta-feira e tampouco imagino Esaú se cobrindo de cinzas como demonstração de arrependimento. O texto acima é suficientemente claro para definir a situação. A dimensão da tristeza que ele experimentou fez daquele dia, talvez, o mais amargo de toda a sua vida. Um dia cinzento, sem esperança, como quem não tem onde firmar os pés ou apegar-se a algo para não despencar de seu enorme precipício. Na verdade, nenhuma palavra é capaz de definir este quadro crítico de Esaú.
Ele não deu a mínima para o seu direito de primogenitura, demonstrando frieza, incredulidade e indiferença, afrontando a Deus, a seu pai e se entregando a uma necessidade momentânea, pagando-a com todos os seus direitos de herdeiro na qualidade de primogênito, entregando-os a Jacó por um simples prato de lentilhas.
Seu arrependimento só se manifesta quando seu pai, Isaque, já no leito de morte, reúne os filhos para abençoá-los. Tudo leva a crer que, somente aqui, seus olhos se abriram para a terrível decisão que ele havia tomado e, apesar do desespero demonstrado por meio das lágrimas e através da insistência em receber, pelo menos, uma bênção de seu pai, nada mais havia para ser feito para reverter o quadro. Os danos foram inevitáveis. Ele teria que arcar com as conseqüências de seu ato impensado.
De algum modo, a semana que se passou foi muito semelhante às dos anos anteriores. Muitos foram às ruas, planejaram suas viagens, seus trajes, as escolas de samba em que haviam de desfilar e até, o dia em que iriam à igreja para buscar perdão, aproveitando a tradicional quarta-feira de cinzas. Curioso, não? Por que reservar um dia para arrepender-se quando o que se faz não é considerado algum tipo de afronta a Deus? E o que dizer dos que, mesmo depois de se entregarem à dissolução, perderam as vidas em rodovias, em assaltos, por suicídio, causas naturais e outros tipos de mortes? Haverá uma “quarta-feira de cinzas” para todos os que partiram? Você já deve conhecer a resposta; mesmo assim, convém recorrer ao que diz em Hb. 9:27 : “... aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo,”.
Todas as pessoas descritas acima não se mostram diferentes de Esaú. Na verdade, seu comportamento as expõe a uma situação ainda pior. Não estamos tratando de uma necessidade que se equipare à fome que tomou conta de Esaú; estamos nos referindo a um curto momento de “diversão” caracterizado pela falta de pudor, comportamentos imorais, ampla libertinagem, em muitos casos, exibidos por meio de fantasias as quais para nada mais prestam a não ser para ocultar rostos insanos, de múltiplas frustrações e em busca de algo extremamente inferior a um simples prato de lentilhas. Homens e mulheres que rastejam em busca dos dejetos daquilo que ainda resta em uma moral já ofuscada por seu amargo cotidiano, desprovida da viva esperança.
É preciso parar e pensar enquanto ainda resta tempo para arrependimento legítimo, enquanto Deus “ainda pode ser encontrado” (Is. 55.6).
Certifiquemo-nos que jamais precisaremos enfrentar algum tipo de quarta-feira cinzenta em nossa vida, buscando sempre tomar as melhores decisões, baseados na fé e confiados que Deus cumprirá a promessa de conceder-nos a vida eterna, a qual já nos foi garantida como herança, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador.

Rev. Marcos Martins Dias

16 fevereiro 2007

APROVEITE O CARNAVAL - APROVEITE A VIDA

“...; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos;...” Ec. 11.9
Este é o conselho que Salomão dá: aproveitar a vida, fazendo dela um verdadeiro carnaval. Posso estar falando de algo que muitos desejam fazer e que, mesmo não indo às ruas, acompanhando a maioria em sua “alegria incontida”, não abominam o contexto carnavalesco e ainda desejam se infiltrar na multidão.
Não estou assumindo qualquer posição de julgamento baseado em conjecturas. Falo de uma realidade reprimida no coração de muitos que permanecem no anonimato e, no entanto, conservam em seu interior os mesmos desejos que motivam a maioria à prática de uma ampla libertinagem.
Pois bem, Salomão diz que isto pode ser feito; mas, assim como deixa o leitor livre para fazer o que gosta, também não se esquece de concluir dizendo: “sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.”.
Pode não ser fácil se preocupar com algo, cuja data, não consta em qualquer calendário humano. Pode parecer que sempre haverá uma chance para reparar os danos de atitudes irresponsáveis; entretanto, esta não é a ótica de Deus.
A Escritura diz que Ele é longânimo para com Seu povo, não querendo que nenhum pereça; senão que todos cheguem ao arrependimento. E, mesmo que muitas correntes religiosas discordem, Deus não está esperando que o mundo todo se arrependa. Ele não é tolo e jamais alimentou o coração humano com falsas esperanças. Sendo assim, fica claro que a longanimidade, neste caso, aponta para o Seu povo, os “eleitos” conforme está escrito em I Pe. 1.1 e II Pe. 1.1 (“Pedro, ..., aos eleitos...”, “Simão Pedro, ..., aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo,”).
Considerando a realidade de que Deus pedirá contas de todas as coisas feitas para atender à velha natureza, a qual sempre se inclina para o mal, espero que, como Igreja do Senhor Jesus, você, meu caro leitor, não tenha em seu coração qualquer espaço para, sequer, desejar a festa carnavalesca com toda a sua orgia e trágicas conseqüências; pelo contrário, “agrada-te do Senhor,...” e seu coração ficará plenamente satisfeito (Sl. 37.4) por toda a sua vida.
Rev. Marcos Martins Dias

15 fevereiro 2007

NÃO SE DEVE CONFIAR NO HOMEM

“Assim diz o SENHOR: maldito o homem que confia no homem...” Jr. 17.5

Normalmente, quando algumas pessoas fazem referência ao tipo de tratamento que deve ser dado aos outros no que se refere à confiança, este texto é citado, muitas vezes, como sendo base para não depositar qualquer tipo de confiança em alguém, a fim de evitar algum tipo de frustração; mas, o versículo e o contexto em que está inserido, não têm, necessariamente, a ver com a nossa postura em relação aos outros e sim, quanto a nós mesmos, à natureza humana, aos nossos limitados recursos, quando estes representam o fundamento da nossa confiança e esperança de que as coisas vão dar certo porque a situação nos parece favorável.
A expressão “que faz da carne o seu braço forte” traduz bem o que pretendo dizer. Significa ignorar que toda a Criação e, de um modo particular, o homem criado à imagem e semelhança de Deus dependem inteiramente do Seu braço forte; portanto, inverter esta verdade a ponto de se ter paz apenas quando os olhos enxergam possibilidades que fortalecem a confiança, representa substituir o certo pelo duvidoso. Qualquer um de nós sabe que o mundo e suas possibilidades, geralmente, são incertos, frágeis e duvidosos ao passo que Deus é imutável, onipotente, “Torre forte” e alicerce seguro. Sendo assim, o profeta não hesita em afirmar que todo aquele que faz esta infeliz inversão está condenado à maldição, à reprovação de Deus.
Fica claro, portanto, que a premissa de Hb. 11.6 (“..., sem fé é impossível agradar a Deus,...") precisa ser levada em grande consideração e nos fazer refletir a respeito deste assunto. Assim sendo, certifiquemo-nos de que a nossa fé é viva e operante e, somente então, descansaremos na certeza de que somos pessoas verdadeiramente abençoadas.
Rev. Marcos Martins Dias